3 - BELGA EXPLORA OS ÍNDIOS DA AMAZÔNIA E TENTA UM GOLPE DE 5 MILHÕES DE $ NA EUROPA (1991)

 

Anexo 010: artigo do jornal belga "Le Soir" de 26 de junho de 1991, "O Brasil e o espinho da Amazônia".

Por Thierry Coljon

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Em um artigo publicado no jornal belga "Le Soir" de 26 de junho de 1991, o leitor descobre que Jean-Pierre realizou uma conferência de imprensa para apresentar "um projeto ao longo de 5 anos". Ele menciona a investigação realizada pelo jornalista americano Mark Zeller . Fica igualmente subentendido que Sting se distanciou da causa: "Sting escaldou e de agora a diante, teme a agua fria e preferiu vender discos". O artigo argumenta que "a Bélgica" agora gera fundos e que "Dutilleux apostou tudo em seu país de origem para relançar a Fundação com a ajuda da filial de uma das mais importantes agências de relações públicas do mundo: CGI-Dialogic". O jornalista precisa que "seu novo projeto corrige a inexperiência do início da Fundação, se estende aos índios isolados e consiste em um trabalho de longo termo, com uma duração de 5 anos. A coleta de fundos continua então."

O jornalista, em seguida, relata uma primeira nota dissonante sobre parceria com Dutilleux: (...) a colaboração anunciada com o “Viva Brasil 91”, na qual parte dos bilhetes de entrada dos concertos do Palais des Beaux-Arts deveriam ser destinados à Fundação de Dutilleux, não vai acontecer. A razão dada por Jean-Michel de Bie, organizador do festival: "Eu não recebi nenhuma garantia de que o dinheiro serviria de fato a Amazônia.

O jornalista faz enfim menção a uma entrevista de um famoso cantor brasileiro, Milton Nascimento, publicada na mesma edição, onde uma questão sobre a turnê Sting-Raoni foi feita ao cantor. Milton Nascimento faz alusão, sem citar, Jean-Pierre Dutilleux: "Sting é uma pessoa fantástica, mas eu penso que ele era mal aconselhado. E os indígenas que eu conheço pensam a mesma coisa. Além disso, agora ele é consciente e eu sei que ele está tentando reparar o que foi feito”.

 

Anexo 011: Artigo do jornal belga "Le Soir" de 7 de setembro de 1991, "25 hectares de floresta ainda são destruídas a cada minuto, nova campanha Raoni-Dutilleux pela Amazônia.

por Joelle Meskens

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Deux mois et demi plus tard parait un second article dans le même journal. Il est annoncé que le chef Raoni va venir dans le courant du mois de septembre 1991 en Belgique aux côtés de JP Dutilleux, dans le cadre d’une nouvelle opération. La journaliste annonce que le chef Raoni doit être l’invité de l’émission de télé française vedette Sacrée Soirée, comme deux ans et demie plus tôt. Philippe Houziaux, responsable de l’agence de communication Dialogic est présenté comme le « chef d’orchestre de l’opération ». L’articulation de la campagne est détaillée : vente géante de cartes postales « pour sauver l’Amazonie », diner de charité à Bruxelles (le 20 sept. 1991)… la présence du ministre français de l’environnement Brice Lalonde est annoncée.

La destination des fonds levés est précisée : « Trois projets concrets ont été imaginés par Sydney Possuelo, le directeur du « centre pour les indiens isolés », une section de la Fondation nationale brésilienne pour les Indiens (Funai). Ils portent, notamment, sur la protection de zones très précises, le lancement de projets éducatifs destinés aux tribus, la création d’un parc national ainsi que sur la réalisation d’un film destiné à la Conférence mondiale sur l’environnement et le développement qui doit se tenir, en juin prochain, à Rio.  L’ensemble des projets ont été conçus pour cinq ans. Ils devraient permettre de sauver une superficie de trois fois la Belgique, souligne Philippe Houziaux. A condition que les millions récoltés soient correctement utilisés. Les autorités brésiliennes et l’ambassade de Belgique au Brésil se portent garants. »

L’article se conclut par des détails sur le diner de charité, prévu le 20 septembre 1991 à l’hotel Mercure de l’aéroport de Bruxelles. Il est fait mention d’un traitement faveur envers les lecteurs du journal Le Soir souhaitant participer.

 

Anexo 012 - artigo do jornal Belga "Le Soir" de 19 de setembro de 1991, "retido por disputas internas em sua de sua tribo, Raoni não virá a Bruxelas".

por Jacques Cordy

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Doze dias após o artigo anterior, o jornal "Le Soir" que segue de perto a questão, faz uma atualização surpreendente. O Chefe Raoni havia anulado sua vinda a Europa devido às "disputas internas de sua tribo". O jornalista fornece explicações de Jean-Pierre Dutilleux: ”Ele não pode entrar no avião (...) ele teve que voltar imediatamente. Apenas tinha ele virado as costas para entrepreender essa viagem na Europa, que o povo da tribo começou a lutar uns contra os outros por causa de sombrias rivalidades mal apagadas. Não há como acalmá-los à distância: Era necessária a presença do chefe. Raoni teve de desistir, desolado, furioso, de me acompanhar.” Dutilleux veio, ainda assim, do Brasil, sozinho, com um vídeo do chefe. Esse que nós anunciamos no artigo, que foi transmitido no programa Sacrée Soirée, programa que deveria receber o Chefe Raoni como convidado surpresa. A mensagem filmada deveria também ser transmitida na Bélgica na noite da publicação do artigo na televisão RTL. 

A versão de Dutilleux com relação à anulação da vinda do Chefe Raoni será desmentida mais tarde pela imprensa brasileira. Enquanto isso, o artigo anuncia que a nova campanha de mobilização da opinião pública acontecerá. Total do budget apresentado por Jean-Pierre Dutilleux e pela agência Dialogic: 179, 4 milhões de francos belgas.

 

3 - BELGA EXPLORA OS ÍNDIOS DA AMAZÔNIA E TENTA UM GOLPE DE 5 MILHÕES DE $ NA EUROPA (1991)

 

SUMÁRIO GERAL :

JEAN PIERRE DUTILLEUX, A BARRAGEM BELGA DA AMAZÔNIA

1. POR TRÁS DO FILME “RAONI” (1979 – 2015)

2. STING EXPULSA DUTILLEUX DEVIDO A ENRIQUECIMENTO PESSOAL (1990)

3.UM BELGA EXPLORA OS ÍNDIOS DA AMAZÔNIA E TENTA UM GOLPE DE 5 MILHÕES DE $ NA EUROPA (1991)

4. UM DEPÓSITO ILÍCITO DA MARCA RAONI (2010)

5. DUTILLEUX PROIBIDO DE ENTRAR EM TERRITÓRIO KAYAPÓ E PERSEGUIDO POR VENDA DE FOTOS (2000-2004)

Anexos do documento